Transtorno Depressivo Maior: Do diagnóstico ao Tratamento em 2024

Transtorno Depressivo Maior: Do diagnóstico ao Tratamento em 2024. A depressão maior (TDM), também chamada de depressão unipolar, é um dos transtornos mentais mais comuns. Ocorre em aproximadamente 15% da população durante a vida.

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Segundo Estudos americanos em 2002 realizaram pesquisa pela National Comorbidity Survey Replication (NCS-R) e também em 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que aproximadamente 150 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão grave.

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O que é o Transtorno Depressivo Maior?

O transtorno depressivo maior varia dependendo dos sintomas, mas é caracterizado por sintomas como sensação de vazio, falta de interesse pelas pessoas e atividades, tristeza intensa sem motivo aparente e insônia. Tais sintomas duram cerca de duas semanas seguidas, impossibilitando o sujeito  de realizar qualquer tipo de atividade, por mais simples que seja.

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 Os sintomas não são apenas graves, mas também crônicos, tornando os pacientes resistentes ao tratamento. Quando há uma tristeza profunda, que às vezes paralisa você ao sair da cama, pode afetar a energia de um sujeito que está ativamente envolvido no tratamento. Portanto, é importante conhecer o diagnóstico correto e o método de tratamento.

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Quando é realizado o diagnóstico do Transtorno Depressivo Maior?

O diagnóstico é baseado em uma variedade de ferramentas à disposição do profissional médico envolvido na situação. Isso é construído junto com o paciente com base no que ele diz, observa e compartilha de diversas maneiras. É importante ressaltar que o diagnóstico não busca objetivar o sujeito, mas serve para apoiar o paciente a “se apoderar dele” e começar a utilizá-lo como justificativa para seu próprio comportamento.

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Um diagnóstico é feito para ajudar sua equipe de saúde a escolher a melhor alternativa de tratamento. Durante sessões de psicoterapia e/ou consultas psiquiátricas, tentamos compartilhar acontecimentos do passado que causaram estresse intenso e de longo prazo.

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Estudamos também, a relação do paciente com o medicamento, o uso do medicamento e o máximo de detalhes possível para garantir um diagnóstico preciso. Outra coisa importante a lembrar ao fazer um diagnóstico é que os fatores genéticos também podem desempenhar um papel.

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Em 2016, a revista americana Nature Genetics publicou um estudo que sugeria 17 mutações genéticas em 15 regiões do DNA, demonstrando que o transtorno depressivo maior também é influenciado por fatores genéticos, ligando o transtorno à hereditariedade.  A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) destaca que os episódios depressivos que ocorrem em pacientes com depressão maior podem ser categorizados como leves, moderados ou graves.

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Quais são os sintomas do Transtorno Depressivo Maior?

Requer audição e visão muito ativas. Os sintomas mais evidentes podem ser observados observando a fisionomia e a linguagem corporal do paciente.

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Algumas características comuns são:

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  1. Demonstrar infelicidade;
  2. Olhos normalmente cheios de água;
  3. Testa franzida;
  4. Cantos da boca direcionados para baixo;
  5. Expressão facial indiferente;
  6. Postura retraída;
  7. Poucos movimentos corporais e, quando tem algum, costuma ser realizado de forma lenta.
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Ainda mais extremos são os casos em que os pacientes se queixam de estarem imersos num mundo sem cor e sem vida, onde não conseguem sentir as suas emoções habituais e não precisam de derramar lágrimas.

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O Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais — 5ª edição (DSM-V) elucida que o Transtorno Depressivo maior pode ser diagnosticado quando o paciente apresentar 5 ou mais das ações abaixo, todos os dias, durante pelo menos 2 semanas:

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Humor DeprimidoAcontece em grande parte do dia, o indivíduo têm uma forte sensação de tristeza sem motivo algum, sem esperança sobre seus objetivos - se sentindo fracassado. Tem também, dificuldade de iniciar alguma atividade ou projeto para o momento ou para o futuro. A sensação inexplicável de vazio, independentemente do que está ao seu redor e fica chateado com as pessoas sem motivo aparente.
Diminuição drástica de interessePerde o interesse por qualquer atividade, ou seja, nada lhe agrada.
Ganho ou perda de PesoEfeito "ioiô" emagrece e engorda rapidamente, que chama a atenção das pessoas que fazem parte do seu ciclo social.
InsôniaApresenta dificuldade para dormir ou hipersonia que é a dificuldade para se manter acordado, devido a um sono descomunal. Gerando um mau humor frequente.
Capacidade Motora alteradaGerando agitação ou atraso psicomoto.
FadigaEsgotamento extremo, sem vontade de fazer absolutamente nada.
InutilidadeSentimento de não ser útil para ninguém, e,consequentemente, se culpa por tudo, achando que "não presta para nada", se achando o maior inútil do lugar.
Falta de ConcentaçãoNão consegue se concentrar, e apresenta dificuldade em tomar decisões.
SuícidioPensamentos constante em tirar sua própria vida.
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Além da culpa associada aos episódios depressivos, pois os pacientes desenvolvem uma autoestima negativa que afeta a formação de valores pessoais, o sujeito apresenta ansiedade focada em momentos de fraqueza ou fracasso ocorridos em um passado próximo ou distante. Além disso, são comuns interpretações distorcidas dos acontecimentos e existe uma tendência a exagerar a responsabilidade diante de dificuldades, o que pode levar a mal-entendidos.  

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Outra coisa é se culpar por lidar com a depressão e promover a ideia de que sua fraqueza está relacionada à sua deficiência, afetando sua autonomia da tomada de decisões. Muitas pessoas têm dificuldade de concentração, de pensar com clareza e de tomar decisões porque se distraem facilmente e até experimentam efeitos negativos relacionados à memória. 

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Os pacientes também podem apresentar sintomas psicóticos, como delírios e/ou alucinações. Esses sintomas podem ser classificados como congruentes (relacionados a delírios de culpa, hipocondria, alucinações de humilhação, sentimentos de destruição) ou dissonantes (por exemplo, delírios de perseguição e alucinações de apego emocional).

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Fatores de risco e prognóstico?

Os fatores de risco para transtorno depressivo maior são difíceis de classificar porque variam de pessoa para pessoa. Em geral, os fatores de risco para qualquer doença podem ser descritos como situações e/ou condições que podem aumentar a probabilidade de desenvolver a doença.

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Esses fatores podem ser genéticos, comportamentais ou ambientais. Um estudo da Universidade de Oxford descobriu que cerca de um terço das pessoas com depressão grave sofreram pelo menos um episódio de depressão nos últimos 12 meses.

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Este é um importante fator de risco para acompanhamento pela equipe de apoio ao sujeito ou equipe profissional relevante. Por exemplo, a doença crónica é um dos principais fatores de risco para a depressão. A baixa imunidade combinada com o uso de múltiplos medicamentos, mudanças de hábitos e restrições alimentares podem ter um impacto significativo na forma como o sujeito percebe a vida e lida com a ansiedade.

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Qual a diferença entre Distimia e Transtorno Depressivo Maior e Distimia ?

Existem diferentes tipos de depressão, por isso tome cuidado para não se confundir. Embora a distimia e o transtorno depressivo maior compartilhem frequentemente sintomas semelhantes, há algumas diferenças a serem observadas.

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A depressão maior é uma condição na qual um sujeito apresenta sintomas graves que causam afeto negativo extremo e interferem na vida funcional do sujeito por até dois anos.

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A distimia, ou transtorno depressivo persistente, pode ser considerada uma condição com sintomas menos graves que permitem ao sujeito viver uma vida funcional (por exemplo, trabalhar, comunicar-se e estudar). Além disso, a duração desta condição pode durar dois anos ou mais, e os sintomas tendem a ser mais persistentes.

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Como o tratamento pode ser feito?

O tratamento do transtorno depressivo maior é feito caso a caso. Normalmente, a supervisão é realizada por psicólogos e psiquiatras. No entanto, em alguns casos, também podem estar envolvidos outros profissionais de saúde, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas.

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Os psiquiatras estão envolvidos no tratamento apenas quando a intervenção médica é necessária. Contudo, esse monitoramento deve ser bem organizado para que o medicamento seja verdadeiramente eficaz.

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Por exemplo, um psiquiatra pode prescrever alguns antidepressivos. Porém, antes de tomar uma decisão, deve ser realizado um exame clínico para entender  a saúde do paciente. Isso o ajudará a determinar qual medicamento responderá melhor.  Além do tratamento formal, é importante que os pacientes tenham uma rede de apoio para fornecer o suporte de que necessitam fora da clínica.

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Qualquer pessoa que tenha contato direto regular com o paciente pode acompanhá-lo, estar presente e incentivá-lo a falar sobre seus sentimentos e preocupações. Também é importante concentrar energia na mudança de hábitos nocivos que fazem parte da vida do paciente.

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A psicoterapia vai te dar força, mas você precisa usar essas outras estratégias para acelerar o processo. Nesse caso, é recomendável praticar atividade física. Porque ao direcionar o corpo para gastar energia em atividades benéficas, ele pode “ativar” o corpo produzindo serotonina, adrenalina, etc.

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Em geral, o tratamento do transtorno depressivo maior pode ser entendido como três etapas principais, que discutiremos a seguir.

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Fase AgudaIsso geralmente se aplica durante os  primeiros 2 a 3 meses de tratamento. O objetivo é reduzir ao máximo os sintomas e, em alguns casos, o tratamento pode incluir tratamento quente e medicação. A melhor escolha de antidepressivo para cada sujeito é determinada com base no acompanhamento do caso e nas informações do paciente sobre seus sintomas.Nesse período, medimos como o paciente tolera a medicação e avaliamos sua resposta ao uso da medicação.  Além disso, para orientar a seleção e o tratamento dos medicamentos, o objetivo desta etapa é compreender o possível uso e as consequências de outros medicamentos e qualquer tipo de interação medicamentosa antes ou durante a investigação de comorbidades.
Fase de ContinuaçãoIsto se refere ao próximo período de 4 a 6 meses de cuidados pós-agudos. Neste ponto, o objetivo é observar as melhorias alcançadas até o momento para mantê-las e desenvolvê-las e monitorar a recorrência. A escolha pela redução da dose ainda parece arriscada, mas em alguns casos é. Se o paciente mantiver melhora ao final desta fase,  entende-se que ele se recuperou do episódio depressivo. É, portanto, possível descontinuar gradualmente a medicação de rotina e continuar outros tratamentos concomitantes, como psicoterapia e envolvimento de outros profissionais de saúde, conforme apropriado.
Fase de ManutençãoO principal objetivo desta etapa é evitar a recorrência de novas depressões. Portanto, o período varia de caso para caso e não pode ser confirmado.Existem vários fatores de risco para episódios recorrentes, como a gravidade do próprio episódio depressivo, pensamentos suicidas, comorbidades e probabilidade de sintomas residuais.
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Como se dá a prevenção ao Transtorno Depressivo Maior?

Tal como acontece com todos os temas relacionados à saúde mental, tudo depende do tema. Não há promessa de que seguir qualquer atividade específica reduza o risco de desenvolver transtorno depressivo maior.

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No entanto, a forma como você lida com as situações tem um impacto direto na sua saúde mental, por exemplo, ao desenvolver uma mentalidade que o coloca diante do problema.

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Algumas dicas interessantes:

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  1. Faça exercícios sempre que enfrentar uma situação estressante;
  2. Faça uma dieta saudável, com alimentos frescos e menos gordurosos e pratique exercícios todos os dias;
  3. Foque no terapia como modo de desenvolviemento interpessoal, procure conviver harmoniosamente com familiares, não leve tudo para o lado negativo, como se todos estivessem te criticando sempre. Seja mais amigável;
  4. Evite usar álcool ou outra droga ilícita que possa afetar seu organismo, principalmente o seu psicológico, tenha fé e resista as tentações.
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O mais importante ao lidar com o transtorno depressivo maior é entender que não se trata de uma sentença de morte.

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O tratamento mostrou-se eficaz, permitindo que os sujeitos ressignificassem seus traumas e aprendessem gradativamente a conviver consigo mesmos e com os outros de forma mais saudável. Portanto, todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado devem reforçar esse discurso.

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Conclusão

Os transtornos depressivos continuam sendo um dos problemas de saúde mental mais persistentes e debilitantes que a sociedade enfrenta em todo o mundo. À medida que avançamos para 2025, os avanços contínuos nas abordagens de diagnóstico e tratamento oferecem uma nova esperança às pessoas afectadas.

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Métodos de diagnóstico cada vez mais precisos e personalizados permitem um reconhecimento mais eficaz das doenças, o que é essencial para um tratamento adequado e oportuno. Além disso, tratamentos inovadores, como a terapia com cetamina e a estimulação magnética transcraniana, complementam os tratamentos existentes, expandindo as opções disponíveis para tratar esta doença complexa.

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Embora o TDM afete grande parte da população mundial, esforços contínuos de pesquisas estão sendo realizados e novas estratégias de tratamento estão sendo testadas. Essa integração, desde a abordagem até o tratamento (terapia) estão tendo um resultado positivo na população mundial.

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